NADIR

    O Núcleo de Antropologia do Direito foi nomeado NADIR tanto em razão de suas iniciais quanto em função de alguns significados da palavra. Além de ser um nome próprio comum de dois gêneros, em astronomia nadir designa o oposto ao zênite, ou seja, o céu que só pode ser observado por quem está, em relação a nós, do outro lado do planeta. Em hebraico e em árabe, nadir significa “raro”. Como nomear é criar, o NADIR tenta ser um lugar não óbvio (embaixo, oposto) e, por isso mesmo, raro para pensar as múltiplas interfaces existentes e possíveis entre antropologia e direito.

    A missão do NADIR é acolher pesquisadoras(es) que estão em distintos níveis de formação e cujos temas de interesse transitam pela área denominada antropologia do direito, permitindo-lhes trocas de ideias, o incremento de leituras, a criação e o desenvolvimento de projetos, do que resulta o fortalecimento da própria área que, no Brasil, encontra-se em franca expansão.

    O NADIR está cadastrado no Diretório do Grupos de Pesquisa do Brasil/ Lattes, onde se encontram detalhes do seu atual corpo de pesquisadoras(es), estudantes e colaboradoras(es): dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7760461149700383.

    Todas(os) que já realizaram, estão realizando ou desejam realizar pesquisas no campo da antropologia do direito ou que dialogam com essa área são bem-vindas(os) às reuniões quinzenais e, após um semestre de frequência, são cadastrados no Diretório. A proposta é o grupo se manter em contato frequente de modo a criar um espaço coletivo de interlocução, apoio e estímulo.

    Também são metas primordiais do NADIR estabelecer interlocuções e parcerias com colegas de outras instituições, acadêmicas e jurídicas, e realizar, bianualmente, os ENADIR, Encontros Nacionais de Antropologia do Direito.

    As cinco linhas de pesquisa do NADIR são:

    1. Antropologia da jurisprudência e de narrativas de violência.

Estudos sobre relações entre violência, autoridade e linguagem em discursos referentes a situações institucionais hierárquicas em que se dão procedimentos de exclusão social. A partir da antropologia, filosofia do direito e teoria da narrativa, episódios narrados em textos e/ou imagens são analisados a fim de se perceber sua polissemia e como as posições institucionais das pessoas e grupos envolvidos determinam aspectos linguísticos (vocabulário, sintaxe, organização discursiva) e ético-ideológicos.

    2. Antropologia e Direitos Humanos.

Trabalhos voltados para tensões entre universalismo e relativismo cultural, percepções locais acerca de tratados internacionais, tanto do ponto de vista de Estados Nacionais quanto de outros agentes e agências, bem como embates entre significados envolvidos em conceitos como direitos, justiça e dignidade da pessoa humana.

    3. Demandas por reconhecimento de direitos e acesso à justiça.

Pesquisas que exploram mecanismos sociojurídicos de produção de diferenças por meio de categorias como gênero, raça/etnia, idade, poder socioeconômico, escolaridade, entre outras, e temáticas referentes à equidade, regulamentação jurídica de identidades, de direitos coletivos e de formas de acesso à justiça.

    4. Profissionais e profissões do direito e dos sistemas de justiça.  

A partir de um prisma antropológico, são analisados perfis, trajetórias e atuações de pessoas que se graduam/ pós-graduam em direito e/ou trabalham em profissões dos sistemas de justiça criminal e cível, tais como cartorários, membros das polícias, magistradas(os), membros do ministério público, advogadas(os) etc.

    5. Sistemas de justiça criminal e criminologia.

Reflexões sobre os sistemas de justiça criminal adulto e juvenil. Ênfase em trabalhos etnográficos que privilegiam discussões sobre violência policial, ritual judiciário, formas de institucionalização de conflitos e de aplicação de penas, aplicação de medidas socioeducativas, políticas de segurança pública etc.

    Eis um breve relato dos 15 anos de existência do NADIR:

2008: em 14 de março houve a primeira reunião, seguida por outras 17.

2009: também houve 18 reuniões. Realizamos o I ENADIR e concluímos a pesquisa “Direitos Humanos - Percepções dos alunos da Escola Estadual Antonio Adib Chammas (Santo André/ SP)”.

2010: foram 20 as reuniões quinzenais e estabelecemos trocas com a Université d'Ottawa,  Canadá, e com o LAJP – Laboratoire d'Anthropologie Juridique de Paris.

2011: além de 17 reuniões, realizamos o II ENADIR. O NADIR se associou ao NEV, Núcleo de Estudos da Violência da USP, para a execução do Projeto “Sujeitos, Discursos e Instituições”, vigente até março de 2016.

2012: concluímos a pesquisa “Direitos Humanos. Percepções dos alunos da Escola Estadual Antônio Inácio Maciel (Taboão da Serra/ SP)”. Realizamos 18 reuniões, além de outras 10 em conjunto com pesquisadores do NEV-USP.

2013: o NADIR e o LAJP tiveram aprovada sua parceria no Programa USP-COFECUB (até dezembro de 2014) e concluímos a pesquisa “Direitos Humanos - Percepções dos alunos da Escola de Aplicação da USP (São Paulo/ SP)”. Realizamos o III ENADIR.

2014: houve 17 reuniões e sistematizamos as 3 edições da pesquisa sobre Direitos Humanos nas escolas.

2015: houve 19 reuniões, realizamos o IV ENADIR e foi renovada a parceria com o LAJP no Programa USP-COFECUB (até dezembro de 2016).

2016: foram 17 as reuniões e concluímos a parceria NADIR-LAJP.

2017: houve 14 reuniões, sem contar as preparatórias para o V ENADIR. Graças a uma parceria com o Instituto Pro Bono, desenvolvemos a pesquisa “Audiências de Custódia e Advocacia Pro Bono: reflexões a partir de etnografias de interações entre atores judiciais”Ocorreram novas trocas com a Université d'Ottawa e foi oferecido, por pesquisadoras(es) do grupo, o curso de difusão “Métodos consensuais de administração de conflitos: introdução à mediação e à justiça restaurativa” (30h – FFLCH-USP).

2018: foi reeditado o curso de difusão com o título “Práticas Consensuais de Gestão de Conflitos” (18h – FFLCH-USP) e ocorreram 19 reuniões.

2019: houve 17 reuniões, a realização do VI ENADIR e a 3ª edição do curso de difusão cujo novo título foi “Métodos  Consensuais de Gestão de Conflitos” (10h – FFLCH-USP). Iniciamos uma parceria com a EMAG – Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região.

2020: além de 19 reuniões (que passaram a ser on-line), foram realizadas 4 sessões de cine-debates graças a uma parceria com o Coletivo Direitos Humanos, Cinema e Afetos (DiHCA) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).

 2021: de forma remota, houve 16 reuniões, além das preparatórias para o VII ENADIR , e estabelecemos uma parceria com a ENFAM, Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados.

2022: houve15 reuniões, ainda remotas, e a continuidade da parceria com a ENFAM. Foi oferecido um curso de difusão intitulado “Processo Penal para não Juristas” (10h – FFLCH-USP).

2023: estão previstas 16 reuniões, por ora remotas, além das preparatórias para o VIII ENADIR. Prossegue a parceria com a ENFAM.

    No início deste ano, o grupo de frequentadoras(es) das reuniões quinzenais assim se compôs:

  1. Ana Clara Klink de Melo, http://lattes.cnpq.br/3130444064792791
  2. Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer, http://lattes.cnpq.br/4614382386818949
  3. Asher Grochowalski Brum Pereira, http://lattes.cnpq.br/4223112060182415
  4. Bruna Angotti, http://lattes.cnpq.br/8603643176601434
  5. Bruna Cinquini Ribeiro, http://lattes.cnpq.br/9517189465700545
  6.  Carolina Bianchini Bonini, http://lattes.cnpq.br/9485943136424206
  7. Caroline Laya de Menezes, http://lattes.cnpq.br/4369368521923108
  8. Clarice Tavares Macedo, http://lattes.cnpq.br/1168643106420893
  9. Emilia Juliana Ferreira, http://lattes.cnpq.br/1977564984714631
  10. Fabio Lopes Toledo, http://lattes.cnpq.br/7191035730609667
  11. Fernando Henrique Simões, http://lattes.cnpq.br/5202993630176744
  12. Gabriela Perissinotto de Almeida, http://lattes.cnpq.br/6882007460678600
  13. Haudrey Ferragonio, http://lattes.cnpq.br/5595093132306872
  14. Isadora Meier Kain, http://lattes.cnpq.br/6844144479541898
  15. João Gilberto Belvel Fernandes Júnior, http://lattes.cnpq.br/8909106848240658
  16. Juliana Morais Bicudo, http://lattes.cnpq.br/4213957057732746
  17. Luciana Prates Cordeiro, http://lattes.cnpq.br/2191797291682323
  18. Marilene Alberini, http://lattes.cnpq.br/7894048622257549
  19. Maria de Fatima Cabral B. de Oliveira, http://lattes.cnpq.br/3732379227948000   
  20. Maria Tranjan Soares do Prado, http://lattes.cnpq.br/2340055060255166
  21. Pedro Roney Dias Ribeiro, http://lattes.cnpq.br/4652560328917855
  22. Regina Lúcia Teixeira Mendes da Fonseca, http://lattes.cnpq.br/7782523579414871
  23. Renata Medeiros Paoliello, http://lattes.cnpq.br/5472222390673055
  24. Renato Federico, http://lattes.cnpq.br/0729957042759305
  25. Roberto Camilo de Carvalho Junior, http://lattes.cnpq.br/4912371947338605
  26. Rodrigo Arthuso Arantes Faria, http://lattes.cnpq.br/4215075146407240
  27. Sara Antunes, http://lattes.cnpq.br/8981014481702058
  28. Victoria Mello Fernandes, http://lattes.cnpq.br/1227361484286093

PERFIL GERAL D@S FREQUENTADOR@S – março 2023

Maior titulação

Sexo

Área de maior titulação

Vínculo atual com

Totais

Masc

Fem

Direito

C. Soc.

Outras

a USP

outras instituiç.

Graduand@s

 

1

 

1

 

1

 

1

4

Graduad@s

2

1

3

 

 

 

3

3

Mestrand@s

1

6

1

6

 

5

2

7

10

Mestres

 

3

1

1

1

 

3

3

Doutorand@s

4

3

1

5

1

3

4

7

14

Doutor@s

1

6

 

6

1

2

5

7

Totais

8

20

6

19

3

11

17

28

28

28

28

O perfil de quem atualmente frequenta as reuniões quinzenais do NADIR, portanto, é majoritariamente de pessoas do sexo feminino (71%), de pesquisadoras que cursaram ou cursam mestrado (36%) ou doutorado (50%), atualmente vinculadas mais a outras instituições (60%) do que à USP (40%) e cuja maior titulação se deu ou se dá em  Ciências Sociais (68%).