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Confira a relação de Mesas Redondas programadas para o VIII ENADIR.

Todas as mesas serão transmitidas ao vivo pelo  canal do Youtube do NADIR - https://www.youtube.com/channel/UCyW0yqT1cthZB7-DTgA7sVg 

28/08 - Segunda-feira, 10h às 11h30 
Mesa de Abertura
Paulo Martins – Diretor da FFLCH-USP
Marta Rosa Amoroso – Chefe do Depto de Antropologia, FFLCH-USP
Laura Moutinho – Coordenadora do PPGAS-USP
Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer - Coordenadora do NADIR-USP

28/8 - Segunda-feira, 15h às 16h30
MR01. Adoções. Entre as noções de violação de direitos e a busca das origens. Olhares a partir da Antropologia, do Direito e da Psicologia
Janaína Dantas Germano Gomes (UFRGS), coordenadora e expositora
Carla Villalta (UBA/CONICET), expositora
Irene Salvo Agoglia (Universidad Autónoma de Barcelona), expositora
A Fabricação do Parentesco e Tecnologias de Governo, de uma perspectiva antropológica, é objeto de investigação das pesquisadoras da Rede Anthera, coordenada pela Professora Claudia Fonseca (edital Pró-Humanidades, CNPq, biênio 2023-2024). Esta mesa abordará a temática da adoção a partir de intersecções entre a Antropologia, o Direito e a Psicologia, com base em pesquisas realizadas na Argentina, Brasil e Chile. A mesa tem por objetivo apresentar investigações recentes dedicadas a: 1) narrativas atuais sobre adoção que entrecruzam a busca das origens por pessoas adotadas, com ênfase na experiência chilena; 2) movimentos de buscas de familiares desaparecidos, especialmente em contextos de governos autoritários, como na Argentina, e a construção do direito à identidade a partir desses eventos críticos; e 3) mediações jurídicas, no Brasil, que tornam possível a separação definitiva de crianças de suas famílias nos contextos da Destituição do Poder Familiar, sem garantias ao acesso às origens e às próprias histórias.

28/8 - Segunda-feira, 17h às 18h30
MR02. Antropologia, movimentos sociais e reconhecimento de direitos
Ana Paula Mendes de Miranda (UFF), coordenadora e expositora
Luanna Tomaz (UFPA), expositora
Thula Rafaela de Oliveira Pires (PUC-Rio), expositora
Esta mesa busca reunir pesquisas que analisem como as situações de conflitos, os processos de mobilização, os ativismos e as militâncias se enredam com os modos de produção de políticas públicas, afetando direta ou indiretamente o trabalho rotineiro das burocracias estatais e as distintas estratégias de administração de conflitos quando se trata de demandas por direitos, em diferentes contextos empíricos. A partir de uma perspectiva contrastiva, pretende-se discutir como as dimensões de gênero, raça e pertencimento religioso afetam os sujeitos e como as legislações que deveriam assegurar os direitos acabam por se mostrar inócuas. Partiremos de pesquisas empíricas no Pará e Rio de Janeiro para discutir os nós das políticas públicas na implementação do reconhecimento dos direitos.

28/8 - Segunda-feira, 19h às 20h30
MR Especial (MRE). Antropologia do Segredo
Luiz Eduardo Figueira (UFRJ), coordenador e expositor
Brigida Renoldi (UNaM, Argentina), expositora
Maria José Campos (NADIR-USP), expositora
Esta mesa discutirá o segredo como uma representação que perpassa relações sociais em diversos contextos, pois o tema permeia uma série de etnografias, desde a constituição da Antropologia Social, no século XIX, sem contar que ele também se faz presente na sociologia, história, política e literatura. Na antropologia, é necessária uma maior e melhor sistematização de conhecimentos sobre o segredo, sobre os instrumentais teórico-metodológico-etnográficos que abordam facetas “ocultas” das relações socioculturais e sobre como pesquisador@s se colocam diante de documentos e de participantes de pesquisas. Tanto estudos sobre sociedades secretas quanto pesquisas sobre magia e xamanismo, passando por segredos institucionais, de família, de Estado e dados sigilosos protegidos por lei, investigações sobre o segredo e seus contrapontos – os incontornáveis processos de revelações e violações – permitem vislumbrar uma ampla rede de reflexões nas Ciências Sociais, especialmente na antropologia.

29/8 - Terça-feira, 15h às 16h30
MR03. Contenciosos regulatórios em torno da internet
Carolina Parreiras (USP), coordenadora e expositora
Beatriz Accioly Lins (Instituto Avon), expositora
David Nemer (University of Virginia), expositor
Em 2023, o Marco Civil da Internet no Brasil completa 9 anos, tendo como uma de suas peculiaridades ser fruto de discussões, iniciadas em 2007, com participação da sociedade civil. Naquele momento, não se falava ainda, por exemplo, de plataformas, termo de uso corrente e altamente popularizado nos últimos anos, especialmente frente às controvérsias políticas, à propagação de fake news, à disseminação de discursos de ódio e extremismos, aos inúmeros vazamentos de dados e ao recente PL 2630. Em 2018, foi promulgada a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que, embora verse sobre o tratamento de dados pessoais de maneira ampla, tem impactos também nas formas de regulação da internet. A partir desse contexto, a proposta desta mesa é, em perspectiva antropológica, discutir os contenciosos em torno do tema da regulação da internet, tendo em mente a própria configuração técnica, em que plataformização, gestão algorítmica, big techs e datificação são realidades com as quais precisamos lidar.

29/8 - Terça-feira, 17h às 18h30
MR04. Desafios na reconstrução da gestão pública federal. Reflexões socioantropológicas
Juliana Tonche (Secretaria Nacional de Políticas Penais), coordenadora e expositora
Ana Luiza Villela de Viana Bandeira (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos), expositora
Ana Míria dos Santos Carvalho Carinhanha (Ações Governamentais do Ministério da Igualdade Racial), expositora
Esta mesa tem como objetivo debater os desafios e as responsabilidades do novo Governo Federal recém-eleito com a promessa de promover uma reconstrução das políticas públicas que haviam sido desmanteladas na gestão anterior, que durou de 2019 a 2022. As três integrantes da mesa, cujas trajetórias acadêmicas abriram a possibilidade de participação neste novo governo, pretendem apresentar os principais aspectos do cenário atual, bem como discutir os limites e as possibilidades de uma atuação crítica e engajada, fortalecendo o diálogo entre o conhecimento produzido nas universidades e a construção de políticas públicas em nível federal. Dentre os temas a serem debatidos estarão as estratégias de criação de novos ministérios voltados às populações vulneráveis, a nova linguagem da gestão, orientada para a ciência, e os desafios de uma construção democrática considerando as sequelas de crises institucionais graves pelas quais o país passou recentemente.

29/8 - Terça-feira, 19h às 20h30
MR05. Elementos centrais do sistema de justiça indígena e o pluralismo jurídico no Brasil atual
Renato Athias (NEPE/UFPE), coordenador e expositor
Márcio Rosa da Silva (UFRR), expositor
Sandro Henrique Calheiros Lôbo (CESMAC SERTÃO), expositor
O debate sobre direitos dos povos originários está longe de ser pacífico. Nestes últimos anos tem havido muitas discussões nos campos do direito e da antropologia jurídica, pois a tradição jurídica ocidental tem se ocupado muito pouco dos fenômenos que afetam prioritariamente os povos originários. O atual modelo de Estado-nação tem obscurecido as demandas reais de grupos étnicos moldando fortemente os debates sobre política, economia e direito. Esta mesa redonda procura debater os elementos centrais do sistema de justiça indígena na chave do pluralismo jurídico, tendo em vista os chamados “usos e costumes". A partir de etnografias do campo da antropologia jurídica, pretende-se elencar esses elementos com vistas a um debate mais eficiente dos direitos indígenas, considerando o modelo de Estado nacional brasileiro.

30/8 - Quarta-feira, 15h às 16h30
MR06. Antropologia jurídica desde as margens, povos indígenas e direitos insurgentes no México e no Brasil
Ricardo Prestes Pazello (UFPR), coordenador e expositor
José Rubén Orantes García (CIMSUR/ UNAM), expositor
Umberto Cao (EHESS), expositor
A mesa pretende apresentar uma discussão sobre a Antropologia Jurídica realizada a partir do diálogo entre povos indígenas e investigadores que realizam seus estudos aplicados, engajados ou militantes, representando abordagens diversas, ainda que convergentes, nos contextos do México e do Brasil. A relação entre universidades e indígenas esboça novos desafios a serem enfrentados em contextos de migração, globalização e reestruturação econômica. Trata-se de uma reflexão teórica e política, engajada na defesa de povos originários ante a juridicidade que se dá desde as margens da antropologia e do direito, bem como do sistema mundial capitalista. Em evidência estarão direitos insurgentes, como práticas legais reinventadas e reformuladas frente a políticas públicas intermediadas pelo Estado e/ou empresas, em especial no contexto mexicano de Chiapas, ou como relações jurídicas contraditoriamente construídas em situações de retomada territorial, como no estado brasileiro do Paraná.

30/8 - Quarta-feira, 17h às 18h30
MR07. Exercícios etnográficos em torno do ensino da antropologia do direito em perspectiva comparada
Bruna Angotti (UPMackenzie), coordenadora e expositora
Bárbara Gomes Lupetti Baptista (UFF e UVA), expositora
Carmen Fullin (UOttawa), expositora
O objetivo da mesa é reunir reflexões sobre o ensino da antropologia do direito por meio da descrição de relatos de experiências docentes no Brasil e no Canadá, a fim de problematizar os desafios e os dilemas do ensino da disciplina a partir de diferentes contextos culturais. Buscamos entender, por meio da descrição de nossas experiências docentes, como se dão as interações do conhecimento produzido pela antropologia do direito quando em contato com a atuação dos estudantes e profissionais do campo jurídico ou com discentes da área de Ciências Sociais. O que propomos e o que queremos com o ensino da antropologia do direito? Como a experiência docente, também enquanto experimento de observação das formas discentes de pensar o direito, nos permite olhar para a disciplina e os desafios de lecioná-la? A mesa refletirá sobre essas questões, a partir de nossas experiências em classe, pois elas nos permitem realizar “exercícios etnográficos” acerca do ensino da antropologia do direito.

31/8 - Quinta-feira, 15h às 16h30
MR08. Modulações e transformações do direito e das práticas de justiça
Sara R. Munhoz (Hybris/NuAP, UFSCar), coordenadora e expositora
Camila Balsa (IDEIA), expositora
Ciméa B. Bevilaqua (UFPR), expositora
A partir de três incursões etnográficas, a mesa redonda propõe examinar o encontro do direito brasileiro com ferramentas digitais, administrativas, processuais e legislativas que, a princípio, lhe são exógenas. As exposições abordam: os procedimentos técnicos de divulgação e recomendação da jurisprudência do STJ a usuários de ferramentas de busca digitais; os projetos de automação e de uso da inteligência artificial em diferentes instâncias de nosso sistema de justiça; e, ainda, o transbordamento de normas legais e práticas processuais entre sistemas jurídicos distintos, com ênfase na incorporação do instituto da delação premiada no Brasil. Ao descrever os modos pelos quais essas diferentes tecnologias têm modificado as práticas da justiça brasileira, a proposta é ampliar o debate a respeito de seus alcances, seus riscos e suas necessárias regulamentações.

31/8 - Quinta-feira, 17h às 18h30
MR09. Por uma antropologia das práticas, dos saberes e das sensibilidades no campo da segurança pública
Johana Pardo (UFRJ), coordenadora e expositora
Marcos Alexandre Verissimo da Silva (INCT-InEAC), expositor
Hully Guedes Falcão (Fiocruz), expositora
Esta proposta tem como objetivo colocar em discussão estudos empíricos sobre representações em torno da segurança pública no Brasil e na América Latina. A ideia surgiu a partir da participação dos proponentes desta Mesa Redonda no LABIAC, coletivo que fomenta a iniciação de novas pesquisas sobre administração institucional de conflitos entre os estudantes do curso de Tecnólogo em Segurança Pública e Social da UFF. Trata-se de uma graduação na modalidade semipresencial oferecida pelo consórcio CEDERJ-CECIERJ, cujos estudantes são todos operadores da assim compreendida área da Segurança Pública (policiais, guardas, agentes das forças armadas etc.). Desse modo, a Mesa Redonda pretende colocar em debate trabalhos com base ou de inspiração etnográfica, realizados por pesquisadores que contribuíram para o diálogo entre segurança pública, antropologia e direito.